segunda-feira, 16 de agosto de 2010

02:19 AM

- Tem tanta coisa que eu queria deixar registrado aqui; vamos ver o que sai...


Queria começar falando que EU TÔ FELIZ! Meu antepenúltimo post já começou com um título totalmente contrário a isso e realmente eu não estava bem, foi uma das piores fases da minha vida, eu estava pra baixo, sem expectativa nenhuma para o meu futuro, sem fé, empurrando a vida com a barriga e empurrando mal porque quando a gente está assim tudo o que faz é mal feito, é sem razão..


Deixe-me ver por onde começo... Minha vida deu um giro de 90º graus!

Voltei do recesso de julho para a rotina da minha vida em Marília, voltei sem muita esperança, mas com a convicção de que algo precisava mudar na minha vida e sabia que a hora ia chegar, afinal, ninguém é infeliz pra sempre. Pois bem, a história toda começou a mudar em um domingo dia 01-08, inicio de mês, boa oportunidade pra começar uma dieta, ter hábitos mais saudáveis, dormir certo outra vez, me disciplinar melhor nos estudos etc...

Há um bom tempo eu fiz uma coisa que acredito que não foi em vão e talvez seja normal na vida de qualquer cristão, me perdi de Deus, a coisa toda foi desacontecendo, acho que é essa a palavra, conforme a gente vai vivendo, vai conhecendo idéias novas, novos conceitos e novas formas de ver a vida, isso também faz parte, porém me deixei levar demais e fui esquecendo quem eu era, os meus princípios, aquilo que eu acreditava.. Achei que naquele momento eu me bastava e só... Pode parecer clichê, mas a partir dessa independência que eu declarei de Deus, minha vida só declinou, me afoguei em textos baixo astral, frases que me vinham prontas, bebi demais, falei besteiras e daí pra pior... Resumindo, tava tudo ruim!

Outra coisa que vinha tirando a minha paz era um projeto que eu desenvolvia na faculdade e que era uma puta responsabilidade pra mim, apesar de ser um tema que eu me interessava; porém não podia simplesmente largar porque eu dependia do dinheiro da bolsa desse projeto para me manter parcialmente aqui em Marília...

Enfim..

Voltei pra Marília na segunda dia 26-07; domingo eu fui em uma igreja que me sinto muito bem aqui, na Bola de Neve, mesmo sem jeito de voltar a trocar idéia com Deus (coisa que eu tinha desaprendido há um tempo), fui pedindo no caminho pra igreja que ele fizesse algo novo naquela noite... Começou o culto, em um momento da ministração de louvor o Pr. Jair disse que o Senhor havia mostrado a ele alguém que tinha um sério problema de visão, ate ai pensei: - há, mas pode haver muita gente aqui que tem algum problema de visão, não só eu... e então ele falou que o Senhor estava mostrando mais, falava com ele sobre alguém que tinha a sua visão do olho esquerdo comprometida e que os médicos disseram que não tinha mais jeito, que só pioraria o grau com o passar dos anos; foi nesse hora que eu senti que o papo era exatamente comigo, fui la na frente, recebi oração, recebi cura também eu creio, talvez não cura instantânea de não precisar mais usar meus óculos quase fundo de garrafa, mas acredito que o Senhor estabilizou ali a minha doença...
Essa experiência me trouxe outras coisas além de cura; eu andava sem fé, quase não acreditando que realmente existe um Deus e que ele conhece cada um em particular e naquela noite Ele me mostrou algo muito intenso, me deu a certeza de tudo aquilo que eu duvidava, me mostrou que há algo bem maior o que eu imaginava; naquela mesma noite o Pr. Jair em ministraçao orientou que colocássemos tudo o que tivesse nos roubando a paz, diante de Deus, eu coloquei o meu projeto! Enfim, comecei a semana seguinte crendo que as coisas mudariam pra mim e mudaram, na terça-feira eu recebi uma ligação do pessoal que contrata os estagiários para a prefeitura e me chamaram para assumir estagio, aceitei na hora, já era uma resposta de Deus, eu precisava de emprego para conseguir largar o projeto, era a oportunidade que eu precisava, agradeci a Deus e continuei orando, na quinta feira foi feita as atribuições e por incrível que pareça eu consegui pegar uma EMEI praticamente do lado da minha casa, e o engraçado é que há tempos eu passava por ela e profetizava, ainda vou trabalhar nessa escola e olha só!

Hoje foi meu primeiro dia de estágio e eu senti a minha vocação pra isso; eu to exausta, tão cansada que não consigo dormir, mas eu to em paz, eu to feliz, eu to respirando sem nenhum peso nem preocupação nas minhas costas..
Engraçado né, a partir do momento que eu comecei a viver Deus primeiramente na minha vida, todas as outras coisas que me faltavam ele foi trazendo e é isso, acho que eu precisava registrar esse momento e dizer em caixa alta: DEUS É BOM!

Ficadica ;)


OBS: Texto escrito no dia 09-08-10’

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Livre associação

Olhando nos meus guardados, encontrei um texto que fiz em meados de março de 2009, resolvi postar...


***
Uma cama preto e branco; umas fotos nas paredes; um ventilador que me faz lembrar de uma coisinha que me ama; bolinhas cor de rosa; um milhão de canetas; um espelho quebrado; um guarda roupas de pano; meia dúzia de roupas espalhadas; nenhuma tv; um sapo que é tão inseparável que já é mais que real; umas poucas lágrimas; um terço de depressão no sábado a noite; uma pilha de textos para serem lidos e compreendidos e quase nada de concentração; uma conversa comigo mesma só pra não surtar; nenhuma comida saudável na geladeira e muito macarrão instantâneo no armário; um pouco de poesia independente no rádio; algumas balinhas pra dormir; algumas cartas para serem escritas; muito silêncio; uma saudade que não cabe mais nem nesse grande apartamento!


Paredes tão brancas que me tiram do sério; nenhum meio de comunicação viável com a parte de lá do meu coração; algumas centenas de quilômetros; um esmalte lilás; um perfume que ele me deu; algumas poucas moedas na carteira; muita criatividade querendo dar cria; o nariz que arde; a garganta que dói; escadas; carência afetiva; aquela busca da verbalização do que se sente através das letras de musicas; um all star velho e querido; a espera do próximo feriado prolongado; a vontade de uma ligação interurbana ilimitada; uma roupa de cama costurada pelas mãos daquela minha progenitora; uma saudade de assistir SBT; o cabelo que cai e sente que alguma coisa não ta bem há muito tempo; a necessidade de rir e o sol só amanhã; enfrentando sozinha os problemas que por vontade própria escolhi!


Durmo sozinha largada em dois metros de cama; aquela velha mania de racionalização dos sentimentos e a ingenuidade de achar qe domino aquele órgão pulsante denominado coração; umas promessas que me fiz e que ainda não cumpri; uma faixa de bolinha meio retrô; sertanejo em todo o canto da cidade; escuro; uma, duas, três da manhã; vontade de dormir de conchinha com o benhê; essa noite o céu tirou pra chorar feito eu; ninguém pra sair e avisar onde estou, por outro lado ninguém pra abaixar o volume, ninguém pra reclamar dos pratos sujos, ninguém pra fingir que eu não amo; nada normal; a experiência única de crescer prematuramente; uma agenda-diário de 4 anos atrás onde continuo registrando o quando sou bobona; um tô nem ai consciente; aulas de sociologia que me dão sono!

***

Vi braços cruzados e nenhuma empolgação; sobra tanta falta de paciência que me desespero; comecei contando os dias, as horas e hoje não conto mais nada; as ruas têm nomes de meses do ano: 15 de novembro; 9 de julho, 4 de abril; não me culpe, eu não sou daqui...

- eis aqui a minha livre associação!


sexta-feira, 11 de junho de 2010

...

- Vem coisa boa por ai (:

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eu não tô feliz!


- Difícil começar um texto com essa afirmação logo de título, mas é a melhor definição para o momento. Porque eu realmente não estou feliz e o mais triste disso tudo é descobrir que não sou feliz fazendo o que tenho feito a essa altura do campeonato, quer dizer, eu precisei chegar até o terceiro semestre do meu curso pra descobrir que isso não é o que eu quero. Até quero, mas não definitivamente, se é que da pra entender...


Tem algo que esta muito forte em meu coração e em minha cabeça nesse momento, não sei como escrever aqui, até porque teria de contar todo o contexto e ultimamente eu não ando boa com as palavras, tanto é que demorei mais de um mês pra conseguir começar a escrever esse texto, mas vou tentar resumir...

Se há algo que eu tenha herdado do meu querido pai é a paixão pelos idosos, ah, pra mim são as pessoas que mais podem me ensinar nessa vida e se tem algo que me deixa 
realmente muito revoltada é a falta de respeito por eles.

Nas férias de janeiro eu fui convidada pelo amor da minha vida (Rafa) a ir conhecer um asilo que ele visitou algumas vezes, mas que fazia muito tempo que não visitava. A princípio fiquei meio que sem saber como agir quando chegasse lá, mas de coração aceitei o convite e hoje me arrependo sinceramente de não ter ido antes. Me senti tão a vontade no meio deles, de cara adotei como minhas vózinhas três senhoras: a Lazára, a Maria José e a Alzira, cada uma com uma historia de vida diferente, mas com uma coisa em comum: não tem ninguém por elas! Isso me dói como uma bofetada! Não é demagogia não e só eu sei disso! E Deus colocou em mim um amor por essas senhoras que eu não consigo explicar, a minha vontade é de tirá-las dali e cuidar pessoalmente de cada uma delas, dizer que elas são amadas sim e que tem valor pra alguém nesse mundo.

Um amor por dois públicos opostos: crianças e idosos!

Depois disso tudo eu simplesmente entrei em uma puta crise em relação ao que eu quero fazer com a minha vida e daí então veio a duvida, a única certeza que eu tenho é que quero fazer a diferença!

Como professora eu faria a diferença, pois estaria ajudando na construção do caráter de um pequenininho que esta começando a viver, mas eu andei pensando e de pedagogos o mundo está cheio!... mas e de pessoas que tragam um pouco de dignidade pro resto de vida qe os idosos abandonados ainda tem? Quantas pessoas com esse propósito existe hoje em dia? Aposto que daria pra contar nos dedos...

Eu nunca pensei que pudesse entrar em crise em relação ao meu curso e a profissão que tinha escolhido pra mim, mas é uma coisa que me acertou em cheio e não teve como fazer de conta que não ta acontecendo.

Já pensei em tantas possibilidades que poderia numerá-las aqui:

já pensei em jogar tudo pro alto, voltar pra São Paulo e trabalhar como voluntária nesse asilo que conheci;

já pensei em me conformar, me formar em Pedagogia e seguir minha vida como eu tinha planejado a principio,

e a ultima possibilidade que anda rondando minha cabeça, é terminar minha graduação, voltar pra São Paulo, começar a trabalhar na rede (afinal eu preciso me sustentar) e paralelamente cursar Gerontologia na USP, é um curso novo que estuda todas as vertentes do envelhecimento humano, tanto sociologicamente como biologicamente, daí sim, dedicar o máximo que eu puder a cuidar pessoalmente dessas pessoas por quem eu tenho tanto amor!

As primeiras opções eu desisti, porque tem toda uma expectativa jogada em cima de mim por parte da minha família e amigos, principalmente do meu pai, o maior orgulho dele é saber que eu estou em uma universidade conceituada e que fui capaz de entrar nela e apesar de toda a dificuldade eles conseguirem me dar um suporte financeiro pra me manter aqui o tempo necessário. Por isso não sei se conseguiria jogar tudo pro alto aqui e simplesmente decepcioná-los. Claro que trata-se do meu futuro e cabe somente a mim decidi-lo, mas a opinião dessas pessoas realmente pesa pra mim.

Compreendes o dilema que to passando?

Como se não bastasse eu to sufocada de coisas que andam me tirando o sono; como aluna pesquisadora da faculdade tenho um monte de compromissos assumidos com a minha orientadora, eu não to dando conta de tudo, até estou, mas não com a qualidade que gostaria, não estou rendendo tanto quanto ela espera de mim... É uma secessão de coisas chatas que vão se acumulando e chega uma hora que: caraca!

Às vezes acho que tô no lugar errado.. pode até parecer fraqueza, pois que seja fraqueza então! Mas também não precisava vir no pacote: a Carla Maria tendo crise de gastrite nervosa; a Carla Maria dormindo mal; a Carla Maria tendo que sair da praça de alimentação do shopping pra não chorar na frente de todo mundo... Puts!

Como eu estava comentando com a Ni, (minha companheira de mantra, parceira, amiga, irmã, metade e todos os adjetivos que lhe couber) que eu faria o máximo pra só postar aqui textos meus, mas nesse caso, tem um texto do Caio Fernando Abreu que me lê perfeitamente e eu vou deixar registrado aqui também:


[...]

- Eu estava me sentindo muito triste, você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste?

Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? E o trabalho, amor, moradia? O que vai acontecer?
Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer, acontecerá! Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará...



Faço das palavras do Caio, as minhas!


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